domingo, 15 de maio de 2011

Bactérias que digerem plástico no mar.

Poluição
Cientistas descobrem bactérias que digerem plástico no mar
Descoberta pode explicar por que a quantidade de detritos nos oceanos foi estabilizada nos últimos anos mesmo com o aumento da poluição
Dieta tóxica: imagem de microscópio eletrônico mostra bactérias marinhas digerindo plástico. Cientistas ainda não sabem se isso é bom ou ruim para a natureza (Tracy Mincer)
Já se conheciam bactérias que digeriam plástico em aterros e lixões. Agora, os cientistas observaram pela primeira vez bactérias marinhas realizando o mesmo trabalho no oceano. Com um microscópio eletrônico, o biólogo Tracy Mincer, do Instituto Oceanográfico Woods Hole, em Massachusetts, descobriu bactérias vivendo em buracos feitos no plástico.
O estudo, apresentado na 5ª Conferência Internacional sobre Lixo Marinho, no Havaí, Estados Unidos, analisou bactérias encontradas em sacos plásticos e pedaços de linhas de pesca no Mar dos Sargaços, na região do Atlântico Norte, onde correntes marinhas favorecem o acúmulo de detritos. Na região, estimam-se mais de 1.100 toneladas de plástico flutuando no mar.
Mistério - As bactérias podem ser a chave para um recente mistério: mesmo com o aumento da poluição, a quantidade de detritos plásticos nos oceanos vem se mantendo estável. “Mas ainda é cedo para dizer que isso é uma coisa boa. Precisamos estudar mais”, afirmou Mincer à revista Nature.
O problema são as toxinas presentes nos plásticos. Ainda não se sabe se as bactérias que digerem o plástico estão limpando os oceanos ou apenas colocando as toxinas dentro da cadeia alimentar marinha. O próximo passo da pesquisa é descobrir os subprodutos da digestão das bactérias e estudar mais amostras de plástico dos oceanos.
O estudo também chama atenção para o fato de que as bactérias que estão comendo o plástico são vibriões, mesmo grupo que causa a cólera. Ainda não se sabe se estas bactérias podem causar doenças.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O que é a camada pré-sal?
Reserva de petróleo a grandes profundidades se estende desde o Espírito Santo até Santa Catarina.
            O pré-sal é uma camada de petróleo localizada em grandes profundidades, sob as águas oceânicas, abaixo de uma espessa camada de sal. No final de 2007, foi encontrada uma extensa reserva de petróleo e gás natural nessa camada, em uma faixa que se estende por 800km entre o Espírito Santo e Santa Catarina. Ainda não existem números concretos sobre quanto óleo realmente existe na região, mas a ministra Dilma Roussef chegou a afirmar que, com a exploração do pré-sal, o Brasil poderia se tornar exportador de petróleo. Já René Rodrigues, professor da Faculdade de Geologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), não é tão otimista, mas admite que há um grande potencial de exploração. "Só há estimativas, mas acredito que, pelo que já se sabe, as reservas brasileiras de petróleo devem ao menos duplicar", afirma. Com tanta empolgação, o governo Lula elabora novas regras para a exploração do petróleo no pré-sal.
O professor René Rodrigues explica que o petróleo do pré-sal só foi encontrado agora porque os esforços estavam concentrados em explorar a camada pós-sal, menos profunda e portanto mais acessível e barata. Porém, mesmo o petróleo acumulado acima da espessa camada de sal também tem origem no pré-sal. "O petróleo pode se formar no pré-sal e ficar preso. Em alguns casos, o sal escorrega e abre passagem para o óleo, que se acumula nas rochas do pós-sal. É o que acontece na Bacia de Campos (RJ), por exemplo", explica. Quando esse petróleo encontrado no pós-sal começou a escassear é que se iniciaram as prospecções na camada pré-sal. Apesar da origem comum, o petróleo que continua confinado e é extraído diretamente do pré-sal tem vantagens em relação ao encontrado a pequenas profundidades. No pós-sal, o óleo pode ser atacado por bactérias, que podem estragá-lo. Essas bactérias consomem a parte leve do petróleo, mais nobre e a partir da qual se extraem a gasolina e o diesel. "No pré-sal, como a profundidade é maior, o óleo fica a uma temperatura acima de 80ºC, o que o esteriliza e preserva sua qualidade", conta René Rodrigues. O especialista ainda explica que, apesar de custar pelo menos o dobro do preço para construir poços que perfurem a grandes profundidades, o óleo retirado dessa camada tem um valor maior no mercado.
                                                                                                                                                                                                                                   Paula Sato (novaescola@atleitor.com.br)

domingo, 8 de maio de 2011

PRECICLAGEM

           Preciclagem .O Primeiro Gesto!

Recentemente foi introduzido o conceito de Preciclagem que corresponde à preocupação dos consumidores em diminuir a produção de resíduos logo no ato da compra, optando pelos produtos de material biodegradável ou reciclável.
Reciclamos produtos depois de os utilizarmos... mas podemos preciclar ao comprá-los. Esta pode ser a forma mais fácil de contribuirmos para a preservação do ambiente. Se, quando formos às compras, fizermos as opções corretas, preciclando, evitaremos que o excesso de materiais nocivos ameacem o meio ambiente e a preservação de recursos naturais.
Preciclagem é um termo ótimo para algo que todos podemos praticar: basta seguir o slogan simples e sensato: "Reduza o lixo antes de o comprar" ou "Não compre lixo"!
O primeiro gesto passa por evitar o excesso de embalagens, o que equivalerá a recusar todos aqueles papéis, fios e saquinhos com que os comerciantes simpaticamente nos brindam.
Nas grandes compras semanais a melhor solução será a de regressar ao uso do cesto ou saco de pano (vai descobrir que são bem mais funcionais do que suspeitava). Fora disso, e sempre que tiver a possibilidade de escolher, opte pelas embalagens de papel em detrimento das plásticas, já que, por enquanto, a reciclagem deste último material é ainda pouco praticável.
No domínio das bebidas dê preferência aos produtos embalados em materiais com retorno; a reutilização do vidro contribui para a redução dos efeitos provocados pela extração de areias necessárias ao seu fabrico. Quando não for possível devolvê-lo deposite-o nos vidrões - por cada tonelada de vidro velho poupam-se 400 kg de areia e reduz-se substancialmente a quantidade de energia e água necessária ao fabrico de vidro novo.
No caso da limpeza doméstica existem já algumas alternativas menos agressivas para o ambiente, embora longe do desejável. Nos detergentes para lavagem de roupa dê preferência aos isentos de fosfatos; nos detergentes para a louça opte pelos biodegradáveis.
Na compra de eletrodomésticos dê atenção às indicações referentes aos consumos de água e energia.
Afinal, preciclar é fácil e deve fazer parte do nosso dia-a-dia, ajudando a preservar o Ambiente.
           Estima-se que 40% do que compramos já é lixo. Contribui para este número as embalagens e tudo mais que é utilizado para a produção do bem. Por conta disto, a Europa já vem repensando o consumismo exacerbado. Os cidadãos, juntamente com a ajuda das empresas, estão adotando a preciclagem como regra no momento da compra. Deste modo, eles obtêm duas vantagens: ajudam a diminuir o lixo e acabam pagando menos pelo produto, porquanto não embutem o preço das embalagens várias vezes. Em alguns supermercados ingleses, diversas empresas disponibilizam máquinas para encher as embalagens vazias com o mesmo produto consumido.
         Estas práticas demonstram que a grande quantidade de lixo pode ser reduzida. Mas isto não depende apenas do Estado. Fundamentalmente necessita da consciência coletiva. Neste contexto, a preciclagem representa uma atitude importante que está à disposição de todos. Pensar globalmente e agir localmente pode até ser um clichê, mas é o que de fato precisa ser feito

Floresta Amazônica (2008)












Produção mais limpa e técnicas de fim de tubo

Produção mais limpa e técnicas de fim de tubo: qual é a diferença?

         Produção Mais Limpa é uma ação preventiva que busca evitar, por exemplo, a geração de resíduos por meio do aproveitamento máximo das matérias-primas utilizadas durante o processo produtivo. Já as Técnicas de Fim de Tubo são ações que apenas ajudam a diminuir o impacto ambiental de determinados resíduos, ao dar-lhes tratamento. Portanto, o Fim de Tubo só é válido para tratar aqueles resíduos que não puderam ser evitados no processo, sendo considerado uma alternativa de remediação, enquanto a Produção Mais Limpa é uma proposta de solução. Oliveira Filho (2001) descreve que a solução tecnológica do tipo fim-de-tubo corre atrás dos prejuízos ambientais causados por um sistema produtivo, remediando os seus efeitos, mas sem combater as causas que os produziram. Ao contrário, as tecnologias de P+L contemplam mudanças nos produtos e processos produtivos a fim de reduzir ou eliminar todo tipo de rejeitos antes que eles sejam criados. Conforme o CNTL (2000k), a implantação de técnicas de P+L em processos produtivos permite a obtenção de soluções que venham a contribuir para a solução definitiva dos problemas ambientais, já que a prioridade da metodologia está baseada na identificação de opções de não geração dos resíduos. A diferença essencial está no fato de que a P+L não trata simplesmente do
sintoma, mas tenta atingir nas raízes do problema. O quadro 2 apresenta asprincipais diferenças entre as tecnologias de fim-de-tubo e a P+L.


Tabela abaixo: Diferenças entre tecnologias de fim de tubo e produção mais limpa.


Tecnologia de fim de tubo
Produção Mais Limpa
    Pretende reação
     Pretende ação
    Os resíduos ,efluentes e as emissões são controladas por equipamentos de tratamento.
     Prevenção da geração de resíduos, efluentes e emissões na fonte. Procura-se evitar matérias-primas potencialmente tóxicas.
    Proteção ambiental é um assunto para especialistas competentes.
     Proteção ambiental é tarefa para todos.
    A proteção ambiental atua depois do desenvolvimento dos processos e produtos.
     A proteção ambiental atua como uma parte integrante do design do produto e da engenharia de processo.
   Os problemas ambientais são resolvidos a partir de um ponto de vista tecnológico
     Os problemas ambientais são resolvidos em todos os níveis e em todos os campos.
    Não se tem preocupação com o uso eficiente de  de matérias-primas,água e energia.
     Uso eficiente de matérias-primas,água e energia.
    Leva a custo adcionais.
     Ajuda a reduzir custos.



Fonte: CNTL ( 2003 ).

RESERVA ECOLÓGICA DE SAPIRANGA


















DA POLÍTICA URBANA
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 190. A Política de Desenvolvimento Urbano executada pelo município de Fortaleza tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes, mediante  as seguintes diretrizes:
V - ordenação e controle do uso do solo de forma a evitar a utilização inadequada dos imóveis urbanos, parcelamento do solo, edificação ou uso inadequado em relação à infra-estrutura, à retenção especulativa do imóvel urbano que resulte em sua subutilização ou não utilização e à poluição e/ou degradação ambiental;
VII - o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança, do bem-estar dos cidadãos e do equilíbrio ambiental.
Art. 191. A política de desenvolvimento urbano, a ser executada pelo Município, assegurará:
I - a urbanização e a regularização fundiária das áreas, onde esteja situada a população favelada e de baixa renda, sem remoção dos moradores salvo:
a) em área de risco, tendo, nestes casos, o Governo Municipal a obrigação de assentar a respectiva população no próprio bairro ou nas adjacências, em condições de moradia digna, sem ônus para os removidos e com prazos acordados entre a população e a administração municipal;
b) nos casos em que a remoção seja imprescindível para a reurbanização, mediante consulta obrigatória e acordo de pelo menos dois terços da população atingida, assegurando o reassentamento no mesmo bairro;
II – a preservação, a proteção e recuperação do meio ambiente natural e cultural;
III – a participação ativa das entidades comunitárias no estudo, no encaminhamento e na solução dos problemas, planos, programas e projetos que lhes sejam concernentes;
I Art. 192. A urbanização deverá ser desestimulada ou contida em áreas que apresentem as seguintes características:
I – necessidade de preservação de seus elementos naturais e de características de ordem fisiográficas;
II – vulnerabilidade a intempéries, calamidades e outras condições adversas;
IV – necessidade de proteção aos mananciais, às praias, regiões lacustres, margens de rios e dunas;
Art. 197. O uso e ocupação do solo, através de construção, deverá ser autorizado previamente pelo poder público municipal, segundo parâmetros estabelecidos em lei.
Parágrafo único. Cabe ao poder público, através de seus instrumentos, de planejamento, tributários e jurídicos coibir a retenção especulativa de terrenos e imóveis urbanos.
CAPITULO III
DO MEIO AMBIENTE
Art. 244. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público, através de seus órgãos de Administração Direta e das entidades da Administração Indireta, assim como à coletividade:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e dos ecossistemas, de forma a garantir a preservação da natureza e a melhoria da qualidade de vida das populações;
II – preservar e restaurar a diversidade e a integridade do patrimônio genético, biológico e paisagístico, no âmbito municipal e fiscalizar as entidades de pesquisa e manipulação de material genético;
III – definir e implantar áreas e seus componentes representativos de todos os ecossistemas originais do espaço territorial do Município a serem especialmente protegidos, preservados ou conservados, sendo a alteração e a supressão, inclusive dos já existentes, permitidas somente por meio de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção, preservação ou conservação, ficando mantidas as unidades de conservação atualmente existentes;
IV – exigir, na forma da lei, para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental e o respectivo relatório, a que se dará publicidade no Diário Oficial do Município, garantidas as audiências públicas com participação popular, na forma da lei;

ZONA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

Art. 8º – ZPA - Zona de Preservação Ambiental: é aquela destinada a preservação dos mananciais, das matas galerias ainda existentes e das áreas naturais de lazer. Compreende as margens dos cursos d’água que cortam a cidade.

Art. 9º – As matas existentes nesta Zona deverão ser preservadas para reserva ambiental do núcleo urbano.

Parágrafo único – Nenhuma edificação será permitida nesta Zona.




ZONA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

Art. 8º – ZPA - Zona de Preservação Ambiental: é aquela destinada a preservação dos mananciais, das matas galerias ainda existentes e das áreas naturais de lazer. Compreende as margens dos cursos d’água que cortam a cidade.

Art. 9º – As matas existentes nesta Zona deverão ser preservadas para reserva ambiental do núcleo urbano.

Parágrafo único – Nenhuma edificação será permitida nesta Zona.
A Zona de Preservação Ambiental - ZPA compreenderá os parques ecológicos, parques de eco turismo, reservas florestais, além das áreas de recarga de aqüíferos subterrâneos e áreas marginais a cursos d'água, nascentes, olhos d'água, lagoas e outros reservatórios superficiais.
Serão usos conformes para a ZPA: a silvicultura e a mata natural.
O lazer será uso aceitável para a ZPA.
Exigir-se-á avaliação de impacto ambiental e aprovação pelo órgão municipal responsável, de plano de manejo para o uso de lazer na ZPA.
Na ZPA serão proibidos os usos: residencial, comercial, industrial, pastagem, lavoura e exploração mineral.
Mediante análise e autorização do órgão municipal responsável, poderão ser implantadas, nos parques ecológicos, parques de eco turismo e reservas florestais, obras que atendam especificamente às suas finalidades.
Nas áreas de recarga de aqüíferos subterrâneos poderão ser implantados parcelamentos de solo, com lotes de área não inferior a 1.000 metros quadrados, desde que existam sistemas públicos de abastecimento de água e de coleta de esgotos, e que a taxa de ocupação dos lotes seja inferior a 20%, reservando-se nos mesmos, 50% de área permeável não pavimentada.
Nas áreas marginais aos cursos d'água, nascentes, olhos d'água, lagos, lagoas e reservatórios, numa faixa com largura de 30 metros, contados a partir do nível máximo atingível pelas águas, é proibida a implantação de qualquer obra, exceto para transposição de curso d'água.
Na ZPA serão terminantemente proibidos os seguintes usos e atividades:
I - depósito de lixo ou produtos químicos;
II - aplicação de qualquer tipo de agrotóxico;
III - desmatamento ou remoção de cobertura vegetal;
IV - movimentação de terra;
V - realização de queimadas.
Dentro do perímetro urbano, ao longo das margens dos cursos d'água, lagos, lagoas e reservatórios, serão consideradas de interesse público as áreas ainda não ocupadas, numa faixa de 30 metros, contados a partir do nível máximo atingível pelas águas, para nelas serem implantados parques lineares.
Externamente ao perímetro urbano, ao longo das margens dos cursos d'água, lagos, lagoas, reservatórios, e ao redor de nascentes, ainda que intermitentes, e olhos d'água, será obrigatória a recomposição florestal, numa faixa de 10 metros, contados a partir do nível máximo atingível pelas águas, por conta do respectivo proprietário.
O órgão municipal responsável elaborará as diretrizes para a recomposição acima referida, publicando-as em periódico de circulação no município e dando ampla divulgação e destaque pelos meios competentes.
Visando a apoiar os proprietários no cumprimento da obrigatoriedade acima, o Executivo Municipal firmará convênios de cooperação técnica e financeira com órgãos estaduais e federais, bem como manterá estrutura adequada e viveiro de espécies nativas.
Dentro de prazo estabelecido pela Prefeitura, o proprietário ou posseiro do imóvel rural deverá apresentar o plano de recomposição florestal e firmar o correspondente termo de compromisso de recomposição junto ao órgão municipal responsável, que deverá ser averbado no respectivo cartório de registro de imóveis.
Esgotado o prazo acima citado, a Prefeitura executará a referida recomposição, diretamente ou por terceiros, cobrando o custo dos serviços dos respectivos proprietários, independentemente da aplicação das eventuais sanções cabíveis.
Um mapa do território municipal, identificará os limites das diversas zonas definidas.
A definição de novas Zonas e a alteração dos perímetros ou das características das Zonas definidas, deverão ser aprovadas por lei municipal.





         O Código Florestal vigente, em seu artigo 2º, apresenta as florestas de preservação permanente como o primeiro tipo, nos seguintes termos:

Art. 2° - Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:

a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d´água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será:

1 - de 30 (trinta) metros para os cursos d´água de menos de 10 (dez) metros de largura;

2 - de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d´água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura; 

3 - de 100 (cem) metros para os cursos d´água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura;

4 - de 200 (duzentos) metros para os cursos d´água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; 

5 - de 500 (quinhentos) metros para os cursos d´água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros;

b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d´água naturais ou artificiais;

c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d´água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura;

d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;

e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive;

f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;

g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;

h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer  que seja a vegetação.

Parágrafo único – No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal,  e nas  regiões  metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o território abrangido, obervar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo. (BRASIL, Lei nº 4.771, 1965).

Vale registrar que a expressão “de preservação permanente”, nos termos apresentados, se trata de toda a vegetação, ou seja, flora, que se encontra na situação descrita na lei. De acordo com o Dicionário Aurélio Eletrônico, os vocábulos têm o significado seguinte:

Floresta: [Do fr. ant. forest, atual forêt, com infl. de flor.] 1. Formação arbórea densa, na qual, ger., as copas se tocam; mata.

Vegetação: [Do b.-lat. vegetatione.] Bot. 1. Conjunto de plantas que cobre uma região. [Não se congregam ao acaso, e a vegetação apresenta uma estrutura, uma fisionomia e uma composição que podem ser objeto de estudos; varia bastante, conforme o clima e o solo, donde existirem tipos muito diversos, como, p. ex., o cerrado, a caatinga e a floresta.]

Flora: [Do mit. lat. Flora, esposa de Zéfiro e deusa das flores.] 1. Bot. O conjunto das espécies vegetais de uma determinada localidade; 2. Conjunto de plantas que servem para determinado fim.

Mata: [Do lat. tard. matta, ´esteira de junco´.] 1. Terreno onde medram árvores silvestres; floresta, charneca, selva, bosque, mato. 2. Floresta. (FERREIRA, 1999).

As matas ciliares podem ser entendidas como uma forma de vegetação nativa que se verifica ao longo dos cursos d´água, tais como rios e riachos, bem como ao redor das nascentes, lagos e reservatórios artificiais. Elas funcionam inclusive como filtros protetores do solo dessas águas correntes e dormentes, sendo que também protegem a flora e a fauna. Luiz Mauro Barbosa, em publicação especializada, destaca a maneira que as matas ciliares desempenham tal função:

1) pela estabilização das ribanceiras dos rios, graças ao emaranhado de raízes que se estabelece com a formação de verdadeiros ´filtros´ entre os terrenos mais altos e o ecossistema aquático;

2) pela participação no ciclo de nutrientes graças à absorção dos mesmos pela vegetação;

3) pela diminuição e filtragem do escoamento superficial impedindo ou dificultando o carreamento de sedimentos para o sistema aquático contribuindo para a manutenção da qualidade da água;

4) pela integração com a superfície aquática, proporcionando cobertura e alimentos para os componentes da ictiofauna, além da interpenetração dos raios solares, responsáveis pela estabilidade térmica de pequenos cursos d´água. (BARBOSA, 1992, apud RODRIGUES, 2000, p. 188).

domingo, 1 de maio de 2011

Aula de Campo no munincípio de Aracati



Cemitério em cima da Falésia. (inacreditável)



                                                   Degradação das Falésias em Canoa
                                                          
                                                             Ação dos ventos na falésia
                                          
                                             
                                                                   Ruptura da falésia     

                                             Testemunho ( pequeno pedaço de uma falésia)
                                                   
                                                              
                                                                  Sem comentário




                 Erosão destroi falésias no litoral de Canoa. ( Voçoroca )

[Vossoroca_CanoaQuebrada.jpg]

Uma das belas paisagens da praia de Canoa Quebrada são as suas falésias, paredões de areia vermelha que se apresentam de frente para o mar e dão relevo à praia. Mas se há um problema no tão conhecido lugar é o fim praticamente anunciado dessa beleza natural, uma formação rochosa considerada rara e que levou milhões de anos para ser construída. A erosão provocada pelas águas da chuva, o tráfego de veículos, drenagem mal feita e construções irregulares colocam em risco não só a vida da praia, mas de seus moradores e frequentadores.
O Ministério Público quer intervir, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) alerta para degradação (mas ainda licencia obras em cima das falésias), a comunidade e os turistas reclamam, políticos sugerem, mas de concreto, até agora, só a degradação do que ainda faz o cartão-postal de Canoa Quebrada.
As falésias ou paleodunas são formações rochosas sedimentares formadas há milhões de anos. As falésias de Canoa estão situadas em uma Área de Proteção Ambiental. A APA de Canoa foi regulamentada em março de 1998, abrangendo uma área de 6 mil hectares, que vai de Porto Canoa até a foz do Rio Jaguaribe. No meio estão cerca de 5 mil pessoas nas comunidades de Cumbe, Canavieira, Estevão, Beirada e Canoa, além de manguezais, dunas, praias, picos e, claro, as falésias. Na teoria, pertencer a uma APA significa ressalva de respeito com os recursos naturais e a unidade social da comunidade que lá vive. Nada de construções irregulares e ocupação desordenada. Mas, na prática, o título de APA só serve para esclarecer que o homem continua a degradar aquilo que deveria proteger. Não há evidência de que mudou o comportamento antes e depois da implantação da lei.
A Prefeitura Municipal de Aracati é a responsável pela APA de Canoa, mas nas construções prediais na encosta superior das falésias há também uma placa de licenciamento ambiental da Semace. De forma análoga ao que acontece na APA de Angra dos Reis (RJ), as construções são justificadas pelo potencial turístico, econômico, de geração de emprego e renda para a comunidade, elementos teoricamente muito mais evidentes do que o potencial também para um deslizamento de terra, logo obscurecido. O problema é que as falésias de Canoa Quebrada desabam constantemente, e há o risco de deslizamentos de encosta tal como ocorreu nos morros de Angra, que mataram várias pessoas em janeiro.Alguns anos atrás, em Canoa, foram embargadas pelo Ministério Público obras irregulares. Foram constatadas construções acima da altura permitida e situadas praticamente em cima da falésia. Mas as licenças concedidas pela Semace ainda são um dos principais recursos em defesa da continuidade de certos empreendimentos, que acabam sendo concluídos apesar das irregularidades.As comunidades da praia reclamam, protestam, pedem uma solução.Pois  quando há intensa movimentação de pessoas, implantação de equipamentos, placas, atividades turísticas ou comerciais há interferência direta nessa formação rochosa. A erosão leve no solo, quando abre pequenas fendas, estas recebem o nome de ravinas, que, quanto maior a degradação, maior a abertura, que passa a receber o nome de voçoroca". É o que se constata em Canoa Quebrada. Toda esta situação contida na  APA de Canoa Quebrada, criada em 1998, mas desde então alvo de frequentes ações de degradação ambiental.

 Fonte: Adaptado do texto do Caderno Regional do Diário do Nordeste. Fotografia Juracy Monteiro.